sexta-feira, 5 de julho de 2013

EVOLUÇÃO DA VISÃO MERCADOLÓGICA E DE SEUS PARTICIPANTES


1 – PROBLEMA

Atualmente imaginar um produto perfeitamente inelástico é devaneio, o próprio petróleo não será mais, em poucos anos, o combustível motriz do mundo, já não seria hoje não fosse a forte pressão das indústrias petrolíferas. A qualidade em nível de excelência não é mais diferencial de produto e sim demarcador de mercado. E qualquer produto ou serviço pode ser facilmente copiado e oferecido por uma concorrente a menores preços, muitas vezes prostituindo o setor.
Como se diferenciar no mercado e alcançar níveis de participação que lhe garantam sustentabilidade econômica? Como reter clientes, fidelizando e transformando-se numa lovermark? E principalmente, onde encontrar as bases pra absorver e aplicar tais conceitos?

2 - ELUCIDAÇÃO

Não nos satisfazemos mais em consumir, não nos afeiçoamos mais na ideia do toma-lá-da-cá de balcão onde o dinheiro vai e o produto ou serviço vem. Os consumidores modernos, ou consumidores 3.0, querem que lhes sejam propiciados experiências de consumo. O mecanicismo comercial ainda muito vigente no mundo esta aos muitos perdendo sua força, os conceitos de visão, missão e valores de uma empresa deixaram de ser apenas prerrogativas que norteiam a cultura de uma instituição para transformar-se em estandartes de captura e fidelização de clientes por reconhecimento de valores comuns.
Para exemplificar a nossa proposta de elucidação apontaremos três marcas que por sua cultura distinta simplesmente transformaram-se em ícones de seus setores e superaram o nível de excelência para situar-se no nível de referência. Sendo elas:
Ferrari no setor automotivo. O constante investimento em automobilismo somados a um controle absoluto de qualidade e elevado nível e exclusividade de seus produtos transformaram-na num símbolo cult no mundo. A Ferrari é a única escuderia que esteve presente em todas as temporadas da principal categoria de automobilismo mundial e uma das mais vencedoras, o que lhe confere um status de empresa líder, que investe em inovação de desempenho e aperfeiçoamento, andar em uma Ferrari é desfrutar do que há de mais atual e moderno em se tratando de automóvel.
Relógios Rolex. A mais famosa fabricante de relógios do mundo teve em seu berço a obstinação pela perfeição. Ao longo de sua história reconhecemos vários avanços que a marca propiciou ao setor, sempre tendo suas tecnologias copiadas posteriormente por outras empresas. A Rolex elevava o setor a níveis mais profissionais, sempre sendo a pioneira, e assumindo este papel conferia a quem usava seus produtos status de elegância, polidez e nobreza.
Apple informática e tecnologia. Motivado principalmente por seu mentor fundador, Steve Jobs, a companhia ultrapassou várias barreiras imagináveis do setor. Produziam computadores e softwares sem igual, mas seu principal ativo era o investimento incomparável no desenvolvimento mais do que em pesquisa de tecnologia. O espirito de criatividade e inovação que nortearam a marca principalmente na pessoa de Esteve é facilmente reconhecido em seus produtos e serviços. Usar um iPhone, iPad ou iTunes hoje é quase obrigatório para quem quer ser percebido como na vanguarda da tecnologia mundial e não usar é comparativo de retardo computacional, informacional e até mesmo cultural.
Podemos, facilmente, propor produtos que por preços mais convidativos podem substituir perfeitamente qualquer destes destacados anteriormente, muitas vezes, com desempenhos superiores na realização das tarefas a que se propõe, mas nunca uma marca substituirá a outra em igual proposta de percepção de mercado e cultura mercadológica.
O capital intangível, a marca, não se transforma, não se produz em linha, não se projeta em uma mesa de desenho ou engenharia para ser lançada ao mercado, uma marca, demanda tempo para se caracterizar e assumir uma personalidade, tal qual um criança demora transformar-se em um adulto de características próprias. E, só quando esta marca, tiver sua própria cultura, seu próprio posicionamento, pode atrair e fidelizar seus clientes de maneira definitiva.

3 – APLICAÇÃO 

                Sabendo, pois, que qualidade e preços não são mais diferenciais, lembrando que, motivados pela tecnologia não há mais barreiras e distâncias geográficas. Como estabelecer-se no mercado? Como assumir uma fatia que lhe garanta sustentabilidade econômica?
                O envolvimento de todos os interessados na composição geral do empreendimento é imprescindível para o sucesso, estar atento sob quais tendências norteiam o mundo e identificar seu nicho de marcado quanto ao tamanho e potencial econômico também. Executar a mercadologia colaborativa, usando a inteligência do consumidor para definir seu mix de produtos, plataforma de publicidade e estratégia mercadológica lhe porá na vanguarda do empreendedorismo.
                Propicie uma experiência notável ao invés de venda, transforme seu consumidor em membro de sua marca ao invés de cliente. Assim ele assumirá a responsabilidade de opinar pela melhoria ou criação de novos produtos, irá viralizar seus valores, e levar sua empresa a tira colo por onde for.
                Todo negócio nasce de uma necessidade, o seu feeling aliado aos novos conceitos de mercadologia de valores e colaborativa abrirá naturalmente as portas para o sucesso.  



4 – RESUMO

                A mercadologia saiu de níveis de produto (marketing 1.0), onde era orientada unicamente a produção sem preocupar-se com os consumidores, para o nível de produto e consumidor (marketing 2.0), ali, a mercadologia buscava tendência e empregava programas de fidelização para manter e aumentar sua participação de mercado (market share), hoje, como elucidado largamente no presente artigo vivemos a era da colaboração e valores na mercadologia (marketing 3.0) onde o foco é a homogeneização dos valores e conceitos da marca com seus participantes.
                Para exemplificarmos o proposto acima usarei como referência a evolução dos slogans da marca Coca-Cola ao longo de todo este período de evolução mercadológica.
• 1922 – Thirst knows no season | Sede não tem estação
• 1924 – Refresh Yourself | Refresque-se
• 1928 – Pure drink of natural flavors | Bebida pura de sabores naturais

Neste primeiro período, o período do Marketing 1.0, vemos o foco no produto e suas características.

• 1986 – Red white and you | Vermelho branco e você (Coca-Cola Classic)
• 1987 – You can’t beat the feeling | Você não pode vencer o sentimento

No segundo período já podemos perceber o que chamamos de Marketing 2.0, enfatizando o fator humano.

• 2001 – Life tastes Good | Gostoso é viver (Apenas no Brasil)
• 2006 – The Coke Side of Life | O lado Coca-Cola da vida
• 2009 – Open Hapiness | Abra a felicidade!

E no atual, Marketing 3.0 fica evidente os valores abordados pelas palavras “felicidade”, “viver”, etc.
Enfim, não baseie seu negócio no produto ou serviço, pois com investimento e engenharia reversa qualquer produto ou serviço pode ser desvendado, replicado e posto no mercado a preços mais atrativos, subtraindo a sua participação de mercado e/ou até mesmo prostituindo o mesmo. Baseie seu negócio no conceito, na cultura e nos valores da sua marca. Assim como não existem pessoas iguais a outras, não existe marca igual a outra, assumindo uma personalidade, sua marca atrai por imantação todos que se afeiçoem e queiram participar (e não consumir) daquela marca.  

FIM

2 comentários:

  1. Cara sou de Buriticupu - Ma e amei seu blog e sua primeira postagem . Tenho o sonho de ser vereador aqui em Buriticupu , vc tambem faz marketing politico . Abraços Gilvan Ribeiro

    www.facebook.com/gilvandopovo

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  2. Ops, tá ai que eu não esperava um comentário tão rápido, rsrsrsr, valeu pela força meu rei.

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