sábado, 20 de julho de 2013

REDES SOCIAIS X MÍDIA SOCIAL


Muita gente ainda confunde os dois termos, e os usam quase sempre como sinônimos, mas pudera, haja vista que mesmo no cenário acadêmico cientifico não conseguimos chegar a um paradeiro definitivo sobre os citados termos.

Há correntes que defendem que as ferramentas de mídias sociais são as próprias redes socais, outras dizem que hora as mesmas ferramentas se comportam como redes, noutras como mídia social e a que defendo e sigo, reza que redes sociais são interações humanas no plano real e não devem ser confundidas com as mídias sociais que são as ferramentas virtuais que propiciam as mesmas interações humanas virtualmente.

O homem é um ser social, e vive em estrutura de redes desde os primórdios. Disto todo mundo sabe. Mas você saberia me dizer quais estruturas foram estas? Como se formaram e exemplifica-las? Como e por que surgiram as famosas mídias sociais?

Vamos lá. Vivemos o período histórico conhecido como Contemporaneidade, ou, Idade Contemporânea.  Em que há (ainda) barreiras culturais, linguísticas e de fronteiras. Dentro de cada fronteira, um país e dentro de cada país suas leis, códigos e poderes regentes. Portanto cada país é um centro de poder e como possuímos quase duzentos países no mundo podemos dizer que temos, dentro de uma conjuntura mundial, uma estrutura de poder descentralizada, ou seja, dividida em vários centros. Outro exemplo que podemos usar são as Cidades Estados gregas. Dentro do império Grego existiam várias cidades que eram independentes, possuindo suas próprias leis, culturas e poderes, muitas vezes guerreando entre si. Este é outro exemplo de poder/rede ou sistema descentralizado.

Outro sistema de redes que reconhecemos é o Centralizado, que ao contrário do ultimo citado condensa o poder/conduta ou gerencia em um único ponto, cidade ou pessoa. Como exemplo podemos citar os Impérios antigos, como o império Romano, que possuía a figura do Imperador acumulando muitas vezes os três poderes em si ou mesmo chegando a extremos de acumular também poderes religiosos como no império Bizantino onde o Imperador possuía também o poder de regular a doutrina seguida por seu povo. Traduzindo em miúdos, centralização é fluência das relações humanas, ou rede social humana em um único ponto.

Sistema distribuído. O sistema distribuído é o sistema regido pelas leis espontâneas das relações, é um sistema de auto regulação de redes, onde cada ponto ou indivíduo tem sua função determinada quase que intuitivamente e aceita ou não espontaneamente pelos outros interessados. Dentro de um cenário político social seria o que podemos chamar de Anarquismo, na economia o NeoLiberalismo, etc. Um sistema distribuído seria em síntese um sistema sem hierarquia, espontâneo e orgânico. Em termos de geração de conteúdos, vivemos hoje uma experiência de geração descentralizada, a informação deixou de ser produzida por poucos (grandes jornais, editoras, agencias televisivas e de radiodifusão) para ser produzida por muitos (praticamente qualquer pessoa que tenha acesso a internet, através de blogs, microblogs canais de tvonline, etc). Ou seja não é mais de poucos para muitos (descentralizada) e sim de muitos para muitos (distribuída).


As Redes Sociais, à luz da corrente de estudos que sigo, caracteriza-se sob o cunho das interatividades sociais no plano real, seja por sistemas centralizados, descentralizado ou distribuído. É a interação entre os pontos ou pessoas da rede que forma a Rede Social, e é ali que se encontra a essência dela. Resumindo, a Rede Social existe no plano real e é a interação entre as pessoas ou pontos que a compõe e não as pessoas e os pontos em si.

Mídia social é a ferramenta que propicia a circulação e a interação de interesses e conteúdos entre os vários pontos (pessoas) de uma rede, e atua majoritariamente hoje no ambiente virtual. Há sites que buscam a tradução das relações de Rede Social para o ambiente virtual, são os chamados sites de relacionamentos. Lá é possível participar de comunidades de interesses comuns, trocar mensagens instantâneas, produzir, difundir e absorver conhecimento, ou seja, interagir. Mas vale lembrar que Mídias Sociais formam uma ferramenta de uma Rede Social e não o contrário. Assim como conferencias telefônicas, grupos de discussão por e-mails ou cartas, etc, que foram ferramentas importantes de interação no período anterior aos sites de relacionamentos.

Vale lembrar que esta é uma interpretação e definição muito particular dos termos e conceitos aqui discutidos. Não tendo, portanto este post, qualquer valor acadêmico ou cientifico.


Elvis Lima Palacio 



segunda-feira, 15 de julho de 2013

RIVAIS NO MERCADO, ALIADAS NO POSICIONAMENTO


Este post tem seu conteúdo advindo unicamente de minhas interpretações e observações aliadas a conhecimento empírico e trata do posicionamento de marca de duas famosas marcas de cervejas brasileira líderes de mercado, portanto, este post não possui nenhum caráter acadêmico.

Nos acostumamos a ver campanhas publicitárias das duas maiores marcas cervejeiras no horário nobre das telinhas, e quase todos sabemos que a Skol e Brahma pertencem ao mesmo grupo empresarial. Dado isso é correto afirmar que as duas são concorrentes de mercado? E como elas se posicionam no mercado consumidor brasileiro?

As duas marcas acima citadas pertencem ao mesmo nicho de mercado e dividem share (participação) de mercado, por isso sim podemos afirmar que elas são concorrentes de mercado lotadas no setor de cervejas Pilsen. Mas, porém, as duas marcas não assumem o mesmo posicionamento de marca, ou seja, a mesma percepção de mercado na mente de seus clientes. Enquanto uma cerveja é claramente direcionada para um público jovem, no caso a Skol, a outra, Brahma, procura seduzir o público mais adulto. Isso é facilmente reconhecido em suas campanhas de publicidade.

Reparem que a Skol aborta prioritariamente temáticas como encontro entre amigos, churrascos, celebrações, praias e a luz do dia, quase todos os atores das campanhas são jovens envolvidos em atividades tipicamente jovens, mostrando claramente como ela quer ser percebida pelo público e para quem é direcionada.

Enquanto que os comerciais da Brahma se passam, em sua maioria, dentro de bares, em clima de reuniões e ambientes noturnos, tendo personalidades associadas às suas campanhas, como Zeca Pagodinho e Ronaldo. É uma forte patrocinadora do futebol brasileiro e está sempre aliada a divulgação deste esporte.  

Notem que as duas são sim concorrentes de mercado, mas, porém atuam juntas em dois nichos de percepção e posicionamento de marketing. Uma direcionada ao público jovem e a outra ao público de mais idade. Reconhecemos, pois, nestas ações, planejamento e uso do Branding já abordado aqui no blog e de uma de suas vertentes que é o Share of Mind.

Vale lembrar que em épocas comemorativas e/ou de grandes eventos as ações de publicidade de qualquer marca e setor tendem a convergir para o mesmo tema. Exemplo: Copa do Mundo de Futebol, Carnaval, etc.

Espero ter explanado simples e corretamente minha percepção particular nas estratégias das duas maiores marcas cervejeiras do Brasil. Lembrando que este post é fruto de puro e exclusivamente de percepção particular, não tento feito quaisquer pesquisas que comprove.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O QUE É MARKETING AFINAL?

Mas afinal o que é marketing?

Já vi muito por ai empresas que se dizem especializadas em marketing, tais como “Fulana Marketing e Eventos” ou até mesmo pessoas declarando que são responsáveis pelo marketing de uma loja ou empresa ao pautarem suas ações somente em produção de outdoors e panfletos.

A principal confusão com o nome “marketing” ainda envolve publicidade. A publicidade é uma das ferramentas do marketing, só que de tão complexa e importante merece ser analisada, estudada e desenvolvida separadamente.

Pois bem, vimos que marketing não é publicidade, o que é marketing então?

Na visão de Kotler: "Marketing é um processo social e administrativo através do qual indivíduos e grupos obtém aquilo que desejam por meio da criação e troca de produtos e valores."

Já para Cidália Tojeiro: “Marketing é um processo administrativo que, através da compra e venda - mercado, torna possível a satisfação do cliente e a lucratividade da empresa.”

No portal Wikipedia encontramos a definição: “Marketing é o processo usado para determinar que produtos ou serviços poderão interessar aos consumidores, assim como a estratégia que se irá utilizar nas vendas, comunicações e no desenvolvimento do negócio.”

Portanto podemos concluir que o marketing é tudo que envolve produtos ou serviços e sua comercialização. Quando digo tudo é tudo mesmo.

Quando pesquisamos mercado para identificar oportunidades de negócios, concepção de produtos ou serviços estamos fazendo uma pesquisa de marketing. Quando ouvimos nossos clientes sobre seu nível de satisfação com nossos produtos ou serviços estamos fazendo marketing. Quando estudamos a conjuntura cultural, econômica e politica de um mercado para não cometer gafes no lançamento de um produto estamos fazendo marketing.

Existem várias variantes de marketing quanto possível, algumas usando a terminologia de forma leviana e incorreta. Mas entre as mais conhecidas podemos citar. Marketing direto, marketing de relacionamento, marketing pessoal, marketing multinível, etc.

Em inglês “marketing” deriva de “market” que significa “mercado”, então “marketing” pode ser compreendida como o uso do mercado ou na minha preferencia “mercadologia”.

O marketing, como todas as ciências evoluiu bastante desde o seu advento. Ele já foi orientado somente a produção, depois vendas, clientes e agora social. Mas isso é tema para outro post.

Espero ter elucidado de forma simples o conceito desta ferramenta fundamental para a sobrevivência de qualquer organização nos dias atuais.


FIM

terça-feira, 9 de julho de 2013

O QUE É BRANDING?



BRADING

Estudando sobre o assunto para refinar meus conhecimentos sobre o branding a fim de fidelizar ao máximo o presente post com a realidade conceitual do conteúdo referido descobri que entre muitas coisas, o termo vem sendo usado muito ambiguamente por agencias e profissionais que não dominam a matéria. 

Para balizar a essência do branding usaremos conceitos de algumas fontes diferentes. Para Wikipédia Branding é: o trabalho de construção e gerenciamento de uma marca junto ao mercado., já para Guimarães (2003) “o branding é uma filosofia de gestão de marca, ou seja, uma maneira de agir e pensar sobre uma determinada marca”.

Então podemos concluir que o real significado de branding pode ser condensado em um termo, ‘gestão de marca’. E apesar de ser simples de explicar é muito complexo de aplicar.

Já que definimos e compreendemos o real significado do branding e vimos que nada mais é do que a gestão de marca, vamos compreender agora o que é marca.

MARCA

         Marca é uma representação dos valores e conceitos de uma empresa ou produto, podendo assumir diversas formas como logotipo, símbolo, música, etc. É através de uma marca que identificamos de maneira imediata uma determinada empresa ou produto das outras no mercado. Uma marca serve substancialmente para “demarcar terreno” no mercado. 

            A marca é de fundamental importância, pois é ela que vai transmitir a promessa de soluções, seu diferencial dentre outras marcas, entre outras coisas. Neste contexto, uma marca que abarca tantos atributos acaba por possuir uma personalidade, e como tal deve ser dirigida aos objetivos desejados, como mantê-la permanentemente contemporânea no contexto social e cultural do mercado onde está inserida. Á esta dirigibilidade de marca e seus conceitos que damos o nome de gestão de marca ou branding.

          As marcas evoluíram muito desde a revolução industrial à nossa condição atual de capital intelectual, mas não cabe a este post abordar e descrever esta evolução, deixando assim para outra oportunidade a elucidação do assunto.

IMPORTANCIA DO BRANDING

            Onde podemos perceber a importância de um excelente branding? Por que investir em uma gestão de marca? 

  Darei alguns exemplos dos motivos pelos quais é importante investir em gestão de marca. 

            Vamos usar como exemplo a empresa Google que hoje tem valor de mercado aproximado a US$ 52,132 bilhões (dólares). Estima-se que seus ativos tangíveis não valham mais que 10% deste valor. A gigante de refrigerantes Coca-Cola vale algo em torno de US$ 34,205 bilhões, e seus bens tangíveis não passam de 30% do seu valor de mercado. 

            A diferença entre valor de mercado e valor das somas dos ativos tangíveis é o que podemos chamar de valor da marca.

             Quando uma marca ganha valor de percepção junto a seu público consumidor ela passa a ter o diferencial competitivo mais importante do mercado atual, que é a fidelização do cliente. Sempre bato na tecla que no cenário mercadológico atual a maioria absoluta dos produtos possui qualidade similar, deixando então a cargo do poder de envolvimento das marcas definirem a preferência de escolha.

RESUMINDO    

           Este post visou somente a elucidação e o esclarecimento dos conceitos de branding, não sendo, portanto, apropriado a discutir e mostrar técnicas de execução do mesmo, deixando isso  para um próximo post. 

             Lembrem-se sempre, a marca tem as características e o valor que o consumidor percebe e nem sempre a que a agencia ou o profissional de branding planeja e programa.

                Fim.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

DESMISTIFICANDO: Top of Mind, Share os Mind e Share od Heart.


Introdução

  
O presente post deste blog tem por objetivo explicar os conceitos dos seguintes termos mercadológicos (marketing); Top of Mind, Share of Mind e Share of Heart e mostrar a importância de incorporá-los em suas estratégias de mercado e publicidade.  E para iniciarmos nossos argumentos sobre os conceitos anteriormente referidos vamos fazer um breve parêntese. 

Apesar dos termos serem recentemente cunhados por gurus da administração moderna e serem cernes de estratégias milionárias de grandes corporações não exclui as pequenas e médias empresas de usarem tais estratégias. Opino até ser mais autenticamente aplicada quando em pequenos nichos, o que propicia a pequenos um diferencial competitivo interessante para ser explorado. Vale salientar que cremos que a qualidade dos produtos e serviços hoje já não é mais diferencial de mercado e sim pré-requisito para manter-se nele.

Tradução dos termos.

Sob uma tradução livre temos os seguintes resultados para os termos;
  
·         Top of mind: topo da mente.
·         Share of mind: participação/espaço da mente.
·         Share of heart: participação/espaço do coração.

Temos ai, portanto, através das traduções uma ideia clara sobre o que é e o que significa cada termo. Mas a fim de explicarmos melhor vamos conceituar, exemplificar e mostrar sua importância e relevância de cada um separadamente.

Top of Mind é a associação livre e prioritária entre uma determinada marca e um setor de mercado específico. Quando perguntamos para alguém, por exemplo, do que lembram quando pensam em “canetas” ou “notebooks”, ligeiramente vêm algumas marcas em suas mentes. As primeiras marcas que vem a mente, quando sugeridos os nomes de algum setor, são as top of mind deste setor na mente desta pessoa e se a coletividade geral lembrar prioritariamente das mesmas marcas que esta pessoa, dizemos que a marca “x” ou “y” são as top of mind deste setor.

Share of Mind é a parcela/espaço que uma determinada marca ocupa na mente do público. Ou seja, é a mensuração da difusão de uma marca na lembrança de uma pessoa ou grupo de pessoas. Pesquisas de share of mind procuram responder perguntas como, quanto de uma marca ocupa a lembrança de seu publico alvo? Quais meios de comunicação são mais eficientes para colar sua marca em suas mentes?
Um bom exemplo de campanhas publicitárias que visam prioritariamente ampliar seu share of mind de seu publico são os comerciais cervejeiros, observem que eles não costumam abordar as características funcionais de seus produtos e sim temas como humor que contribuem para fixar a marca na lembrança do publico.

Share of Heart versa sobre nível afetivo entre uma marca e o consumidor. É muito mais conceitual e qualitativa, por isso, impossibilitando uma pesquisa numérica quantitativa. As marcas que conseguem atingir o “coração” de seus consumidores acabam transformando-os em militantes, difusores e defensores da marca. Para chegar a este nível é imprescindível monitoramento de marca e o relacionamento constante com o consumidor. Uma vez conquistado um grande número de consumidores a marca tem a possibilidade de expandir exponencialmente sua marca através de publicidade viral, mídias sociais, etc. Dado que seu público conquistado replica voluntariamente suas campanhas publicitárias.

Mercado

O mercado conta hoje com produtos homogêneos dentro de cada setor, quais possuem praticamente os mesmo níveis de qualidades, facilidade de acesso para compra, pós-vendas e preços. Envolver o cliente, fazer de sua marca, líder na lembrança e nos corações dos consumidores esta sendo o grande diferencial e a grande oportunidade de alavancar vendas e crescer em participação de mercado. Antes a publicidade era meramente informativa, cabia a ela apenas apresentar o produto ao público em mídias tradicionais, hoje as campanhas publicitárias visam literalmente conquistar o público alvo e transformá-lo em difusor da marca. O investimento para alcançar o topo dos corações e mentes das pessoas deve ser constante e a longuíssimo prazo. Você quer sua marca nas camisetas das pessoas ou nos adesivos nos para-brisas passeando por ai, comece a investir em relacionamento estreito e fanatize quem adquire sua marca.

Boa sorte.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

TRANSFORMANDO LIMÃO EM LIMONADAS.

Fazendo de LIMÕES uma LIMONADA


Em Dezembro de 2012 a loja da marca carioca Reserva localizada no bairro Jardins em São Paulo estava pronta pra receber seus consumidores de natal. Só que o que eles não contavam era que a loja seria assaltada na madrugada de uma forma violenta e delinquente. Na manhã seguinte o restou fazer foi reorganizar a loja repor as peças levadas e vender. Só que de uma forma brilhante e criativa os publicitários da loja transformaram as cenas reais do assalto em um comercial para a Internet. O vídeo ganhou destaque em noticiários internacionais, e alcançou mais de 100 mil visualizações quase instantaneamente. Hoje o vídeo conta com quase 300 mil visualizações e é ainda referência em transformar uma situação adversa numa oportunidade de mídia espontânea. Segue o vídeo abaixo, confiram.


EVOLUÇÃO DA VISÃO MERCADOLÓGICA E DE SEUS PARTICIPANTES


1 – PROBLEMA

Atualmente imaginar um produto perfeitamente inelástico é devaneio, o próprio petróleo não será mais, em poucos anos, o combustível motriz do mundo, já não seria hoje não fosse a forte pressão das indústrias petrolíferas. A qualidade em nível de excelência não é mais diferencial de produto e sim demarcador de mercado. E qualquer produto ou serviço pode ser facilmente copiado e oferecido por uma concorrente a menores preços, muitas vezes prostituindo o setor.
Como se diferenciar no mercado e alcançar níveis de participação que lhe garantam sustentabilidade econômica? Como reter clientes, fidelizando e transformando-se numa lovermark? E principalmente, onde encontrar as bases pra absorver e aplicar tais conceitos?

2 - ELUCIDAÇÃO

Não nos satisfazemos mais em consumir, não nos afeiçoamos mais na ideia do toma-lá-da-cá de balcão onde o dinheiro vai e o produto ou serviço vem. Os consumidores modernos, ou consumidores 3.0, querem que lhes sejam propiciados experiências de consumo. O mecanicismo comercial ainda muito vigente no mundo esta aos muitos perdendo sua força, os conceitos de visão, missão e valores de uma empresa deixaram de ser apenas prerrogativas que norteiam a cultura de uma instituição para transformar-se em estandartes de captura e fidelização de clientes por reconhecimento de valores comuns.
Para exemplificar a nossa proposta de elucidação apontaremos três marcas que por sua cultura distinta simplesmente transformaram-se em ícones de seus setores e superaram o nível de excelência para situar-se no nível de referência. Sendo elas:
Ferrari no setor automotivo. O constante investimento em automobilismo somados a um controle absoluto de qualidade e elevado nível e exclusividade de seus produtos transformaram-na num símbolo cult no mundo. A Ferrari é a única escuderia que esteve presente em todas as temporadas da principal categoria de automobilismo mundial e uma das mais vencedoras, o que lhe confere um status de empresa líder, que investe em inovação de desempenho e aperfeiçoamento, andar em uma Ferrari é desfrutar do que há de mais atual e moderno em se tratando de automóvel.
Relógios Rolex. A mais famosa fabricante de relógios do mundo teve em seu berço a obstinação pela perfeição. Ao longo de sua história reconhecemos vários avanços que a marca propiciou ao setor, sempre tendo suas tecnologias copiadas posteriormente por outras empresas. A Rolex elevava o setor a níveis mais profissionais, sempre sendo a pioneira, e assumindo este papel conferia a quem usava seus produtos status de elegância, polidez e nobreza.
Apple informática e tecnologia. Motivado principalmente por seu mentor fundador, Steve Jobs, a companhia ultrapassou várias barreiras imagináveis do setor. Produziam computadores e softwares sem igual, mas seu principal ativo era o investimento incomparável no desenvolvimento mais do que em pesquisa de tecnologia. O espirito de criatividade e inovação que nortearam a marca principalmente na pessoa de Esteve é facilmente reconhecido em seus produtos e serviços. Usar um iPhone, iPad ou iTunes hoje é quase obrigatório para quem quer ser percebido como na vanguarda da tecnologia mundial e não usar é comparativo de retardo computacional, informacional e até mesmo cultural.
Podemos, facilmente, propor produtos que por preços mais convidativos podem substituir perfeitamente qualquer destes destacados anteriormente, muitas vezes, com desempenhos superiores na realização das tarefas a que se propõe, mas nunca uma marca substituirá a outra em igual proposta de percepção de mercado e cultura mercadológica.
O capital intangível, a marca, não se transforma, não se produz em linha, não se projeta em uma mesa de desenho ou engenharia para ser lançada ao mercado, uma marca, demanda tempo para se caracterizar e assumir uma personalidade, tal qual um criança demora transformar-se em um adulto de características próprias. E, só quando esta marca, tiver sua própria cultura, seu próprio posicionamento, pode atrair e fidelizar seus clientes de maneira definitiva.

3 – APLICAÇÃO 

                Sabendo, pois, que qualidade e preços não são mais diferenciais, lembrando que, motivados pela tecnologia não há mais barreiras e distâncias geográficas. Como estabelecer-se no mercado? Como assumir uma fatia que lhe garanta sustentabilidade econômica?
                O envolvimento de todos os interessados na composição geral do empreendimento é imprescindível para o sucesso, estar atento sob quais tendências norteiam o mundo e identificar seu nicho de marcado quanto ao tamanho e potencial econômico também. Executar a mercadologia colaborativa, usando a inteligência do consumidor para definir seu mix de produtos, plataforma de publicidade e estratégia mercadológica lhe porá na vanguarda do empreendedorismo.
                Propicie uma experiência notável ao invés de venda, transforme seu consumidor em membro de sua marca ao invés de cliente. Assim ele assumirá a responsabilidade de opinar pela melhoria ou criação de novos produtos, irá viralizar seus valores, e levar sua empresa a tira colo por onde for.
                Todo negócio nasce de uma necessidade, o seu feeling aliado aos novos conceitos de mercadologia de valores e colaborativa abrirá naturalmente as portas para o sucesso.  



4 – RESUMO

                A mercadologia saiu de níveis de produto (marketing 1.0), onde era orientada unicamente a produção sem preocupar-se com os consumidores, para o nível de produto e consumidor (marketing 2.0), ali, a mercadologia buscava tendência e empregava programas de fidelização para manter e aumentar sua participação de mercado (market share), hoje, como elucidado largamente no presente artigo vivemos a era da colaboração e valores na mercadologia (marketing 3.0) onde o foco é a homogeneização dos valores e conceitos da marca com seus participantes.
                Para exemplificarmos o proposto acima usarei como referência a evolução dos slogans da marca Coca-Cola ao longo de todo este período de evolução mercadológica.
• 1922 – Thirst knows no season | Sede não tem estação
• 1924 – Refresh Yourself | Refresque-se
• 1928 – Pure drink of natural flavors | Bebida pura de sabores naturais

Neste primeiro período, o período do Marketing 1.0, vemos o foco no produto e suas características.

• 1986 – Red white and you | Vermelho branco e você (Coca-Cola Classic)
• 1987 – You can’t beat the feeling | Você não pode vencer o sentimento

No segundo período já podemos perceber o que chamamos de Marketing 2.0, enfatizando o fator humano.

• 2001 – Life tastes Good | Gostoso é viver (Apenas no Brasil)
• 2006 – The Coke Side of Life | O lado Coca-Cola da vida
• 2009 – Open Hapiness | Abra a felicidade!

E no atual, Marketing 3.0 fica evidente os valores abordados pelas palavras “felicidade”, “viver”, etc.
Enfim, não baseie seu negócio no produto ou serviço, pois com investimento e engenharia reversa qualquer produto ou serviço pode ser desvendado, replicado e posto no mercado a preços mais atrativos, subtraindo a sua participação de mercado e/ou até mesmo prostituindo o mesmo. Baseie seu negócio no conceito, na cultura e nos valores da sua marca. Assim como não existem pessoas iguais a outras, não existe marca igual a outra, assumindo uma personalidade, sua marca atrai por imantação todos que se afeiçoem e queiram participar (e não consumir) daquela marca.  

FIM